domingo, 19 de agosto de 2012

Recorde de teletransporte quântico é batido por 46 km




O teletransporte quântico não é o transporte de matéria, mas de informação: duas partículas são colocadas em um estado chamado “emaranhamento quântico”, e uma alteração no estado de uma delas vai ser refletido instantaneamente pela outra partícula, num efeito que Einstein chamava de “ação fantasmagórica à distância”.
Atualmente, o teletransporte quântico não envolve nenhuma violação da relatividade, já que nenhuma informação viaja a velocidades superiores da luz. Para “ler” um fóton “emaranhado”, é preciso que uma informação suplementar seja enviada por meios normais (rádio, telefone, internet, carta, telegrama, etc).
Recentemente, um grupo de pesquisadores chineses quebrou o recorde para teleporte quântico: eles transportaram informação através do Lago Qinghai, na China, a uma distância de 97 km. O recorde anterior era de 16 km.
Nem bem isso aconteceu, oito dias mais tarde, um outro estudo empurrou este limite ainda mais longe. Um grupo europeu e canadense alegou ter teleportado informação de uma das ilhas Canárias para outra, em uma distância de 143 km. O trabalho ainda não passou por análise de outros cientistas, mas o grupo que o fez tem uma reputação muito boa.
Os dois grupos enfrentaram vários desafios experimentais – enviar um único fóton por uma distância de 100 km e recolhê-lo do ar não é uma tarefa fácil. Em termos práticos, o grupo receptor e o emissor precisam de telescópios apontando um para o outro com laser para alinhamento, e equipamentos ópticos complexos para modificar e medir o estado quântico dos fótons.
Os novos avanços são significativos para alcançar o que os físicos têm em mente para futuros experimentos. Os dois grupos apontaram que o trabalho deles é um passo na direção do teleporte espacial, no qual a informação quântica será emitida do solo para um satélite em órbita.
Você até pode se perguntar “mas já fazemos isto usando tecnologia do século 20, um troço chamado ‘ondas de rádio’, e que funciona bem, então por que usar um aparato tão esotérico?”. O fato é que no teleporte quântico, a informação não pode ser “roubada” no meio do caminho, enquanto mesmo um canal criptografado ainda é vulnerável. Um canal de comunicação usando o teleporte quântico não poderia ser grampeado de forma alguma.


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Alan Sales, conhecido por alguns como Saturno, 18 anos,  se preparando para o vestibular e o ENEM. Pretende fazer Biologia. Desde criança fanático por astronomia e ciência em geral e apesar de não se dar muito bem em física, adora a parte teórica. Possui a mente aberta, é filósofo e escritor nas horas vagas.


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