segunda-feira, 27 de agosto de 2012

Autoconsciência em humanos é mais complexa e "espalhada" do que se pensava




"Conhece-te a ti mesmo" dizia uma inscrição na entrada do templo de Apolo, em Delfos, na Grécia antiga. Os antigos filósofos gregos consideravam essa capacidade de "conhecer a si mesmo" como um dos ápices da humanidade. Agora, milhares de anos depois, neurocientistas apresentam novas explicações para a autoconsciência. 

Uma equipe de pesquisa da Universidade de Iowa (EUA) concluiu que a autoconsciência é produzida por uma colcha de retalhos difusa que não se limita a áreas específicas do cérebro.


Os neurocientistas acreditavam que apenas três regiões do cérebro eram fundamentais para a autoconsciência: o córtex insular, o córtex cingulado anterior e o córtex pré-frontal medial. Agora, os autores do estudo acreditam que o tronco cerebral, tálamo e o córtex póstero-medial também desempenham papéis no processo.
Os pesquisadores chegaram a essa conclusão após estudarem um paciente com graves lesões nas regiões do cérebro que os cientistas acreditavam monopolizar a autoconsciência (o córtex insular, córtex cingulado anterior e córtex pré-frontal medial), uma oportunidade que foi considerada rara pelos cientistas. 
Mesmo com essas lesões, o paciente, com 57 anos de idade, um homem com formação universitária que foi chamado de “Paciente R", passou em todos os testes padrão de autoconsciência. 
Ele também reconheceu a si mesmo em duas oportunidades – quando se olhou no espelho e ao observar fotografias suas que foram tiradas durante todos os períodos de sua vida.
"O que esta pesquisa mostra claramente é que a autoconsciência corresponde a um processo cerebral que não pode ser localizada em uma única região do cérebro", disse David Rudrauf, coautor do artigo, que foi publicado no dia 22 de agosto no periódico Plos One. "É mais provável que a autoconsciência surja de interações muito mais distribuídas entre redes de regiões do cérebro”. 
Zumbi — Os pesquisadores observaram que os comportamentos do paciente R muitas vezes refletiam profundidade e discernimento, além de uma profunda capacidade de introspecção, uma das características mais evoluídas de autoconsciência.
"De acordo com pesquisas anteriores, esse homem devia ser um zumbi", disse. "Mas, como temos mostrado, ele certamente não é um deles. Uma vez que você teve a oportunidade de conhecê-lo, você vai imediatamente reconhecer que ele é autoconsciente”, disse David Rudrauf.
"Durante a entrevista, perguntei a ele como ele descreveria a si mesmo para alguém", disse Carissa Philippi, outra autora do estudo.
"Ele disse, 'eu sou apenas uma pessoa normal, com uma memória ruim'. Claramente a neurociência está apenas começando a entender como o cérebro humano pode gerar um fenômeno tão complexo como a autoconsciência."


[Veja]
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Alan Sales: conhecido por alguns como Saturno, 18 anos, se prepara para o Enem - fará Bacharelado em Biologia. Desde criança sempre foi fascinado pelo céu... Gosta de ler, escrever, ouvir música. Além disso, pretende fazer letras no futuro para seguir com a carreira de escritor, já que no momento seu maior projeto é o seu livro que surge aos poucos.



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